1. A era da Ômicron
Pode até parecer que não, mas 2022 foi o ano em que o vírus da Covid mais infectou gente no planeta. A responsável por isso foi a ômicron, variante do coronavírus original que deu origem a subvariantes — agentes que mudam um pouco, mas não o suficiente para serem considerados outra linhagem.A ômicron é tida como mais transmissível e costuma provocar quadros leves, o que também tem a ver com a aplicação em massa das vacinas. Tanto que as ondas geradas por ela ao redor do mundo fizeram explodir o número de casos, mas não as hospitalizações e óbitos.O Brasil, depois de passar por surtos das subvariantes BA.1, BA.2, BA.4 e BA.5, ainda viu chegarem a BQ.1 e a XBB.1.5. A diversidade chama a atenção, mas não é um fenômeno exclusivo da ômicron. “Tivemos centenas de vírus derivados das outras variantes, como a gama e a delta. Acontece que, com o vírus circulando bastante, cria-se uma condição perfeita para que mais mutantes surjam e se estabeleçam na população”, explica o virologista Fernando Spilki, da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul.Não é à toa que, mesmo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) rebaixe o nível da ameaça sanitária, será importante manter a vigilância genômica para entender o comportamento e as possíveis novas facetas do vírus Sars-CoV-2.
2. O risco de reinfecção
Com o tempo, ficou evidente que é possível pegar Covid mais de uma vez. A chamada reinfecção é comum com outros vírus, como o da gripe. “A cada variante ou subvariante, o vírus consegue enganar melhor o sistema imune, mas não está claro se as infecções subsequentes são mais perigosas. Em geral, o que vemos são quadros mais leves”, explica o pneumologista Andre Nathan, professor colaborador da Universidade de São Paulo (USP).De novo, o que segura a gravidade da reinfecção é a vacina. Não se espera que ela impeça 100% das infecções, mas que prepare o corpo para saber como lidar no encontro com o vírus.
3. O sobe e desce da pandemia
A superonda da doença que assolou a China e preocupou o mundo recentemente tem explicação. O país suspendeu abruptamente suas rígidas políticas restritivas.Do nada, uma população gigantesca e suscetível ao vírus — por ter sido pouco exposta a ele — se viu diante de uma variante mais transmissível. Ou seja, não é nada tão diferente do que já vimos e não diz muito sobre o desenrolar da pandemia.A tendência é que essas subvariantes continuem surgindo e gerando surtos de menor gravidade, mas que precisam ser acompanhados de perto, porque tudo pode mudar rápido.